Novo incêndio atinge usina nuclear em Fukushima, no Japão

Um novo incêndio ocorreu nesta quarta-feira (16) --horário local-- no reator 4 da central nuclear de Fukushima, que fica no nordeste do Japão. Após 20h, o fogo foi controlado.

Desde o terremoto e o tsunami que devastaram a costa japonesa na última sexta-feira (11), a usina nuclear vem enfrentando problemas para resfriar seus reatores. Outras explosões e incêndios já foram registrados desde o último sábado em locais próximo aos reatores que alimentam a usina.

O fogo, aparentemente causado outra vez pela combustão de hidrogênio, foi visto por um dos trabalhadores às 5h45 do horário local (17h45 desta terça-feira, horário de Brasília). Segundo o operador da usina, o segundo incêndio ocorreu porque o fogo primeiro incêndio não chegou a ser totalmente apagado.

Dois funcionários estão desaparecidos, informou a agência de segurança nuclear do país, que não identificou os funcionários. Eles estavam na área da turbina do reator número 4 da usina.

As chamas afetam a barreira exterior da estrutura que protege o reator, explicou Hajimi Motujuku, porta-voz da empresa operadora da usina, Tokyo Electric Power (Tepco).

Os técnicos da Tepco estão preocupados com o aumento da temperatura perto do núcleo, e lançam de helicópteros água salgada para resfriá-lo e evitar o temido processo de fusão por superaquecimento.

Apenas 50 dos 800 operários de Fukushima continuam na usina para tentar controlar os reatores, depois que o restante foi evacuado pelo risco de contaminação.

Os níveis de radiação aumentaram nesta terça em várias cidades do Japão, inclusive Tóquio, enquanto a população prepara-se para se manter em suas casas estocando água engarrafada, mantimentos e máscaras de proteção.

O governo japonês informou que a crise da usina nuclear de Fukushima provocou escape de radiação que poderia afetar a saúde e recomendou aos moradores que vivem num raio de até 30 quilômetros de distância que fiquem em suas casas, desliguem os sistemas de ventilação e fechem as janelas.

A radiação em torno da usina aumentou desde sábado, quando uma falha no sistema de refrigeração forçou a liberação de vapor radioativo de forma controlada, mas os crescentes problemas nos reatores criam incertezas.

Na província de Ibaraki, ao lado de Fukushima, em um determinado momento a radiação era de 5 microsievert (msv) por hora, 100 vezes maior que o habitual. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), uma pessoa fica, em média, exposta à radiação de aproximadamente 2,4 msv por ano devido a fontes naturais.

Em Tóquio, a cerca de 270 quilômetros da usina, os níveis de radiação chegaram a 20 vezes mais que o habitual e foram detectadas pequenas quantidades de substâncias radioativas como césio, mas o governo garante que tais índices não implicam riscos imediatos para a saúde.

Reator possivelmente danificado
Segundo a agência AFP, a AIEA considerou hoje ser possível que o núcleo do reator 2 da usina nuclear de Fukushima tenha sido levemente danificado durante uma das explosões no local.

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