Brasil reconhece Estado Palestino com as fronteiras de 1967


Decisão atende a pedido do presidente da Autoridade Palestina a Lula.
Brasil reiterou necessidade de negociações de paz no Oriente Médio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou nesta sexta-feira (3) ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, que o Brasil reconhece a existência do Estado Palestino, com as fronteiras de 4 de junho de 1967, anteriores à Guerra dos Seis Dias entre países árabes e israelenses.

O reconhecimento, segundo o Ministério de Relações Exteriores, foi feito em uma carta pessoal de Lula a Abbas, enviada nesta quarta (1º).

Ele atende a um pedido feito por Abbas a Lula em 24 de novembro.

Segundo a chancelaria brasileira, Lula considerou a demanda "justa".

O comunicado informa que a decisão é coerente com a posição histórica do Brasil de contribuir para o processo de paz entre Israel e Palestina e é coerente com as posições da ONU sobre o tema.

'Concessões mútuas'
"A decisão não implica abandonar a convicção de que são imprescindíveis negociações entre Israel e Palestina, a fim de que se alcancem concessões mútuas sobre as questões centrais do conflito", segundo o comunicado do Itamaraty.

Assim, o Brasil se soma a uma lista de mais países que reconhecem o Estado Palestino -entre eles, todos os países árabes, a maioria dos africanos, boa parte dos asiáticos e da Europa Oriental.

O Brasil reconhece a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) desde 1975 como "legítima representante do povo palestino". Em 1993, o país abriu a Delegação Especial Palestina, que desde 1998 tem tratamento equivalente à de Embaixada.

O comunicado do Itamaraty ressalta que o relacionamento entre Brasil e a Palestina tem aumentando nos últimos anos.

Em março, o presidente Lula visitou o país e também Israel. O país tem se oferecido como mediador no conflito.

Retirada
Os palestinos querem proclamar seu Estado soberano na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Para isso, exigem a retirada israelense de todos os territórios ocupados desde junho de 1967, incluindo Jerusalém Oriental.

Israel conquistou naquele ano a parte oriental, árabe, de Jerusalém, e não abre mão dela, já que considera a cidade a capital eterna e indivisível do Estado de Israel.

As negociações de paz entre os dois lado, patrocinadas pelos EUA, começaram em setembro, mas foram interrompidas logo depois.

O principal impasse ocorre porque os palestinos querem que Israel pare de construir assentamentos para seus cidadãos no território que inclui áreas ao redor de Jerusalém Oriental, capturadas por Israel no confronto de 1967.

Os palestinos culpam Israel pelo que chamam de "colapso" das negociações, mas os EUA afirmam ainda acreditar na retomada do processo.

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